O charmoso bairro de Galópolis, em Caxias do Sul, recebeu os palestrantes que participaram da 5ª edição do evento Cidades em Transformação, promovido pelo Idemer. Para encerrar os dias em que estiveram pela cidade, eles foram convidados pelo G30 a visitarem lugares que fazem parte da história da cidade e da tecelagem no Brasil.
O roteiro começou pelo Instituto Hércules Galló (IHG), responsável pela preservação das duas casas onde viveu esse imigrante que ganhou um bairro em sua homenagem. A trajetória de Hércules Galló no segmento têxtil se confunde com o desenvolvimento dessa localidade encravada em um vale e segue viva por meio de seus descendentes. "Fizemos um projeto de restauro das duas casas, temos exposições na casa 1 e um museu na casa 2", explicou o diretor do Instituto, Renato Solio. Ele é bisneto de Hércules Galló e está à frente do IHG junto com José Galló (neto do imigrante) e Christiano Antoniazzi Galló, também bisneto. Neste post, falamos mais sobre esse trabalho.
Do Instituto, os convidados seguiram para a Cooperativa Têxtil Galópolis (Cootegal). São mais de 120 anos de tradição na produção de fios e tecidos. Imigrantes que chegaram à localidade e trabalhavam no setor têxtil na Itália viram na cascata Véu de Noiva a geração de energia necessária para seguir com esse trabalho em terras caxienses. E assim nasceu uma vocação que faz parte de Galópolis até hoje. A história do lanifício inclui épocas como cooperativa e como empresa e houve mudanças também nos proprietários. Porém, algo nunca mudou: o amor dos trabalhadores por esse ofício. O presidente da Cootegal, Fernando Marchioro, contou essa e muitas outras histórias aos palestrantes em uma visita detalhada.
Do lanifício, a vista seguiu para os prédios que clamam por ajuda. Junto com um passeio pela praça e pela Vila Operária que reunia os funcionários, os palestrantes entraram no prédio do Círculo Operário e do cinema que foram responsáveis por muitos momentos de lazer dos moradores de Galópolis em outros tempos.
Ambos os prédios precisam de reformas - o do círculo está interditado - e há movimentos para que as obras sejam feitas. Com um grande potencial de se transformarem em espaços turísticos, os dois espaços, assim como muitos outros presentes no bairro, podem integrar um roteiro capaz de oferecer autenticidade, algo fundamental nos dias de hoje. "Galópolis tem um valor turístico amparado no que está preservado, na sua vocação e na sua história. Acreditamos que é possível construir um roteiro e estamos trabalhando nisso ao lado de diversos parceiros", afirmou o CEO do G30, Thomas Fontana.
Presidente do Idemer, Giovana Ulian acredita que se constrói o futuro preservando o legado do passado. "Trouxe vocês até aqui para que nos ajudem a avaliar essa ideia e o que é possível fazer, também a partir da experiência que têm na Europa", afirmou ela aos palestrantes (o grupo incluía duas pessoas de Portugal). No decorrer da visita, eles se mostraram positivamente surpresos com a riqueza da história que pode ser contada, ou seja, há mais pessoas que, assim como nós, acreditam no potencial de Galópolis. Mais um motivo para seguir trabalhando.
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