A frase do título deste post é apenas uma das muitas que o publicitário Zeca Honorato usou para explicar por que entende que a originalidade é indispensável em qualquer negócio. Ele falou sobre o assunto na última reunião do G30 e, logo no início, lamentou o momento atual vivido pela propaganda no Brasil. “Tudo é pré-pronto, morno, revisitado, já foi visto. Não há nada memorável”, afirmou. Como criar é mais difícil do que copiar e exige um profissional com talento, muitas marcas estão apostando em atalhos e opções prontas. “A curto prazo, isso até resolve. Mas a médio, não agrega valor. Se você quiser um negócio que se perpetue, precisa ser original e respeitar a sua essência”, completou.
Para ilustrar o que explicava, Honorato citou duas marcas que estão no mercado há décadas e criaram um produto seu: Melissa e Havaianas. E, em seguida, emendou falando sobre pessoas, com um exemplo recente da pandemia: “Todo mundo estava fazendo live, e muitos acreditam que é preciso fazer o que todo mundo faz. O que acontece? Tem pessoas que são expostas ao ridículo, porque não têm a naturalidade necessária. Se você faz algo que não respeita as suas características, vai ser chato”.
Entrando na área do turismo, Honorato falou sobre o Natal Luz, que provoca em outros municípios a vontade de ter algo igualmente grandioso. “Não copie Gramado, não vai ser igual e não vai ser autêntico. Procure algo que tem essência na sua cidade e crie algo. Respeitar as próprias características é o caminho mais curto para fazer dar certo. Mas, atenção, dar certo é diferente para cada um. O que é dar certo? Pra mim, é tentar, é colocar à prova as minhas vocações”.
A partir desse raciocínio, o publicitário reforçou a busca por descobrir o que se gosta de fazer e o que é autêntico nas pessoas, nos negócios e nas cidades, em caso de um destino turístico. “O mundo muda muito, não há receitas prontas e nem fórmula que se aplica a todo mundo. Por exemplo: há um dado que aponta que mais de 80% das pessoas que empreendem se arrependem. Por quê? Porque não têm perfil”, complementou.
Para Honorato, fazer o que os outros fazem é sinal de insegurança e certeza de fracasso a longo prazo, já que “o que é para todo mundo não é para ninguém”. Essa frase, na visão dele, se aplica tanto a sermos quem somos, com foco nas nossas características individuais, quanto para a definição de um negócio, especialmente no momento de definir o público. Para o publicitário, é preciso ter claramente para quem um produto ou destino turístico se destina. “Não ser pra todo mundo não significa, necessariamente, ser caro. Por exemplo, o Piscinão de Ramos não é para todo mundo, tem o seu público”.
Citando muitos exemplos práticos, positivos e negativos, ele falou sobre o assunto por cerca de uma hora. Fez um alerta para o futuro: “Ter originalidade é questão de sobrevivência”. E, em seguida, ensinou a receita: “Ser original é apenas ser a gente mesmo”. Está dada a aula.
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