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“O gaúcho desconhecia destinos que temos no Rio Grande do Sul e redescobriu as viagens internas"


Foto: Arquivo pessoal

O calendário marcava dia 30 de março de 2021 e o Rio Grande do Sul estava em bandeira preta no mapa do distanciamento controlado quando Ronaldo Santini assumiu o desafio de ser Secretário Estadual de Turismo. Ele tomou posse em um momento em que o setor, que já havia sido afetado pela pandemia em 2020, estava com tudo fechado. “Foi um ano intenso, vivemos grandes desafios”, afirmou o secretário em entrevista ao G30.

Conversamos com ele para fazer uma retrospectiva desse ano tão atípico. "Foi um ano com muitas incertezas. Quando nós assumimos, não sabíamos como a situação se comportaria, se teríamos muitas variantes, como o trade ia reagir, se as pessoas iriam voltar a viajar”, lembra. A partir do início da vacinação, gradativamente, a confiança foi sendo recuperada e foi possível começar a vislumbrar um cenário melhor. “Tivemos bons índices de imunização no nosso Estado desde o início da vacinação, então foi possível começar a reabertura. Hoje, vivemos quase uma liberação completa”, diz o secretário.

E, em seguida, já emenda para os motivos que podem e devem ser celebrados em um ano tão difícil. O primeiro deles é a redescoberta que os gaúchos fizeram do próprio Estado. A retomada começou com viagens curtas, de carro, em que os turistas tivessem total controle da situação e pudessem voltar pra casa na hora que quisessem. Santini percebeu esse movimento de insegurança e um aumento na força do turismo no Estado. “O gaúcho desconhecia muitos destinos que temos no Rio Grande do Sul e redescobriu as viagens internas. Esse movimento foi reaquecendo o setor, reabrindo e revelando novos destinos turísticos”, avalia.

Dentro dessa opção pelas viagens próximas, também ficou muito clara a preferência pelos destinos de natureza e por lugares ao ar livre, tanto por ser mais seguro em relação ao contágio do coronavírus, tanto pela obrigatoriedade de ficar em casa por muito tempo durante o isolamento. Esse movimento fez com que Santini reforçasse ainda mais uma crença que manifestou em algumas ocasiões durante seu primeiro ano na Setur. “O turismo tem potencial para ser tão forte quanto o agro e, além disso, pode andar junto com ele. Trabalhamos no Congresso Nacional para a aprovação do turismo como segunda atividade do agricultor e já tivemos importantes avanços. Essa é mais uma forma de manter as famílias no campo”, relata o secretário, reforçando que o cicloturismo e o turismo de natureza, com piqueniques, banhos de cachoeira e visitas a propriedades agrícolas, por exemplo, cresceu na pandemia e deve se intensificar ainda mais. “O agroturismo é um produto novo e vamos investir nele”.

Essa já é uma das metas para 2022, ao lado de uma aposta forte também em cicloturismo. Santini também adiantou na entrevista que o Roteiro Turístico dos Olivais tem tudo para crescer. “Temos azeites de oliva que ganham destaques importantes internacionalmente e precisamos focar nisso”. Antes da pandemia, segundo secretário, o Estado tinha alguns lugares consolidados, como as Hortênsias e a Serra Gaúcha, e cidades que era pouco desconhecidas. Com essa mudança no perfil do viajante, saímos de 2021 com uma oferta muito maior de destinos estruturados ou em início de estruturação. “Temos que trabalhar de uma forma que esses lugares ganhem turistas sem prejudicar quem já está consolidado. Pretendemos mostrar que o gaúcho pode programar 10, 15 anos de férias dentro do Estado, tem muitos lugares para visitar”.

Sobre dados que formalizem isso, Santini lamenta que eles ainda não existam e reforça que fizeram falta na pandemia. Porém, já vê muito próxima a forma de resolver isso. “Para dimensionar o volume de negócios que o turismo gera e trabalhar de forma regionalizada, precisamos de uma entidade que centralize tudo, e a Agência de Desenvolvimento da Serra Gaúcha está nascendo a partir da liderança do G30. Ela é fundamental e tem todo o apoio da Secretaria de Turismo”, afirma. A previsão é que a agência esteja em funcionamento no primeiro semestre do ano que vem e você pode ler mais sobre ela neste post.

Entre outras ações para celebrar, Santini cita o trabalho feito na reabertura das fronteiras com o Uruguai e a Argentina, o asfalto que vai ligar o Vale dos Vinhedos ao Vale do Taquari e os recursos da Consulta Popular que serão destinados ao Observatório de Turismo (R$ 795 mil), a ser executado pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), e para a Atuasserra (R$ 179 mil). “Os dois projetos somam quase R$ 1 milhão”, reforça. A partir desses recursos, da agência e confiando que a imunização vai se manter bem, Santini está otimista para 2022. “O G30 foi fundamental na retomada, porque eu caí na secretaria sem tanto conhecimento, e a acolhida e a ajuda foram essenciais. Confio nessa parceria e sei que faremos mais em 2022”.

Nós também confiamos nessa parceria, secretário. Até o ano que vem!

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