
Sempre receptivo a iniciativas que contribuam para o desenvolvimento da Serra Gaúcha e do Estado, o G30 conheceu nesta semana o projeto Hyperloop, que prevê viagens em alta velocidade entre duas cidades da região - Caxias do Sul e Gramado - e Porto Alegre. O CEO da Hyperloop América Latina, Ricardo Penzin, falou sobre a tecnologia empregada (totalmente sustentável), a história da empresa e parte do que está previsto para essa rota gaúcha. Algumas informações ainda estão em sigilo porque haverá um lançamento global, levando o nome do Estado para o mundo, e elas serão divulgadas com exclusividade nesse evento, previsto para fim de agosto ou início de setembro. “O estudo feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostra que há viabilidade econômica e retorno do investimento, mas neste momento ainda não posso abrir os números”, explicou Ricardo.
O que se sabe até agora é que a rota passa por Caxias, Gramado, Novo Hamburgo e Porto Alegre. Em uma possível instalação do Hyperloop, essas quatro cidades ganham estações totalmente sustentáveis e já programadas para estarem conectadas a outros modais, como os aeroportos. Ricardo deu um exemplo do tamanho da disrupção que o Hyperloop pode causar. “Você pousa no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, está conectado à estação do Hyperloop e, em 12 minutos, chega a Gramado. É o mesmo que pegar um Uber”.
Como todo projeto inovador, o Hyperloop causa descrença e não há, realmente, nenhuma garantia de que será implantado. No entanto, obras de infraestrutura costumam levar décadas para saírem do papel e, nesse caso, não seria diferente. Ricardo ponderou que a tecnologia está pronta para ser usada por uma empresa que trabalhe com obras de infraestrutura e queira construir e reforçou que há investidores no mundo dispostos a bancar. No entanto, como não depende da Hyperloop, não há como dar um prazo. Fala-se em cerca de 10 anos. A etapa mais difícil a ser vencida para que essa viagem aconteça é regulatória. No entanto, uma legislação que tramita no Congresso Nacional pode facilitar um pouco o processo. “O governador Eduardo Leite, por ser um entusiasta da tecnologia, nos recebeu muito bem. E a UFRGS colocou seu laboratório de transporte à disposição e fez um estudo elogiado em vários países do mundo. Por isso, em território brasileiro, o Rio Grande do Sul foi o Estado escolhido”, completou o executivo. É esse estudo que ainda tem muitos pontos em sigilo. Enquanto não podemos conhecer esses dados, o que deve acontecer em breve, em uma nova reunião, confira o que já sabemos sobre o Hyperloop.
Rota
*Tem estações em quatro cidades: Caxias do Sul, Gramado, Novo Hamburgo e Porto Alegre Tempo de viagem (em minutos, sem incluir paradas, viagem direta)
* Porto Alegre - Novo Hamburgo: 5:50
* Porto Alegre - Gramado: 11:20
* Porto Alegre - Caxias do Sul: 19:45
* Novo Hamburgo - Gramado: 8:22
* Novo Hamburgo - Caxias do Sul: 16:45 * Gramado - Caxias do Sul: 9:35
* As cápsulas são independentes, então pode sair uma de Caxias do Sul direto a Porto Alegre, outra para Gramado ou então parando em todas as estações.
Capacidade e frequência
* Cada cápsula abriga até 50 passageiros. * É possível que uma viagem com passageiros inicie a cada um minuto. * Para cargas, é possível sair uma cápsula a cada 20 minutos.
Investimento
* Os números não podem ser divulgados ainda, mas Ricardo adianta que o investimento é de 1/5 do metrô e o payback é metade de uma rodovia.
Sustentabilidade
* Todo o sistema é sustentável e movido a partir da geração de energia solar produzida por ele mesmo. As cápsulas andam por levitação dentro de um túnel. Ao contrário dos demais trens balas do mundo, não é preciso eletrificar o trilho. O sistema funciona a partir de um arranjo magnético.
* Um ponto importante é que a energia produzida não é inteiramente consumida, então o Hyperloop ainda pode fornecer para as concessionárias, ampliando a matriz energética do Estado. * O túnel pode ser subterrâneo, na superfície ou suspenso até 15 metros do chão, o que permite respeitar vegetações que existam no caminho. * Não há qualquer emissão de poluentes. * Não há poluição sonora.
Outras vantagens
* Não há o risco alto de acidentes que encontramos no modal rodoviário. * Não depende de subsídios do Estado. * Não envolve pedágios. * A aceleração e a frenagem são de 0,1G, ou seja, o ser humano não sente muito.
* A velocidade máxima é de 1.200 km/h, porém, devido à geografia, nessa rota, o máximo chega a 600 km/h. * A diferença de altitude entre a Serra e a Capital não impede o funcionamento do Hyperloop.
Custo para o passageiro
* Esse dado ainda é sigiloso, mas Ricardo adiantou uma informação: “Barato, muito barato. Vocês vão se surpreender com o quanto barato”.
Previsão no mundo
* A ideia é que o primeiro Hyperloop esteja em funcionamento em 2023. Os projetos mais adiantados estão em Abu Dhabi e nos Estados Unidos, entre Chicago e Pittsburgh.