Muito já foi feito, mas precisamos sonhar e coordenar esforços para "chegarmos lá".
Por THOMAS FONTANA
Disse Leonardo da Vinci:
“Tudo o que está no plano da realidade já foi sonho um dia”.
Hoje, se as pessoas voam de avião, é porque alguns sonharam que isso era possível. Se nos comunicamos através da internet com blogs, e-mails e outros aplicativos, também é porque alguém imaginou uma rede conectada trocando informações em formato de zeros e uns. E quando milhões visitam um destino da Serra Gaúcha em busca de diversão, gastronomia e outros atributos, isso também é resultado da visão de empresários, governantes e outros agentes que há décadas seguem construindo este lugar. É claro que nada nasce pronto e por isso existe a chamada “inovação incremental”: empilhar melhorias até que uma ideia aparentemente tosca ou inviável chegue ao nível de excelência operacional. Isto quer dizer que o primeiro avião, a primeira tentativa de protocolos de rede ou a Gramado de 1970 certamente não funcionavam bem e eram alvo de críticas ou descrédito. Mas, quando temos pessoas visionárias e persistentes, um sonho pode tomar forma, ser constantemente melhorado e, voilà, mudar o mundo a nossa volta.
Foi com esta missão que em 2017 nasceu o G30 Serra Gaúcha. Já temos um dos melhores destinos turísticos do Brasil. Mas com a crença de que podemos torná-lo ainda melhor, o mais estruturado, desejado e sustentável do país, idealizou-se um think tank que reuniu empresários, entidades, poder público e outros agentes para sonharem juntos esta transformação. De novo, se queremos ter o melhor destino, isso só acontecerá se alguém – ou um grupo de pessoas – sonhar, agir e se articular para materializar esse sonho.
A tarefa não é fácil. O Brasil é um país lindíssimo, com o maior potencial turístico do mundo (segundo o Fórum Econômico Mundial) e dezenas de destinos competindo pela atenção do público. Também, algumas de nossas deficiências exigem soluções complexas de infraestrutura como a reconstrução de estradas e criação de um aeroporto. Há junto o desafio político: acomodar interesses de todos os agentes, fazer funcionar a interação do setor privado com o público (afinal, empresários não podem sair tapando buracos de rodovias) e lidar com a troca de governos a cada 4 anos, o que, numa democracia madura, faria menos diferença do que faz por aqui. São várias as dificuldades que levam os menos crentes acharem perda de tempo tal propósito.
Porém, temos uma série de vantagens competitivas que, para pessoas focadas e aguerridas, cristalizam essa visão. Primeiro, e por óbvio, muito já foi feito. Há décadas, lideranças passaram a perceber a oportunidade da indústria do turismo e começaram a desenvolver equipamentos que hoje são ícones da Serra Gaúcha. É muito mais fácil arrancarmos de uma jornada de sucesso consolidada. Segundo, as próprias pessoas. É notório o espírito batalhador, cooperativo e empreendedor do povo local, que chegou à região no início do século passado (ou antes), fugido de uma Europa em crise, e que até hoje demonstra a fome de prosperar. Terceiro, a diversidade de atrativos. A Serra Gaúcha oferta aos visitantes uma série de experiências diferentes entre si e únicas para o Brasil: num raio de 2 horas, há o enoturismo da região Uva e Vinho, o entretenimento e magia da região das Hortênsias e o deslumbrante ecoturismo dos Cânions. Em qual outro lugar se encontra um mix assim?
Temos muito a discorrer sobre o nosso destino, os planos que vão consolidar nosso objetivo e os vários desafios pela frente. Mas com um grupo de visionários cooperando, persistindo e agindo, traremos para o plano da realidade o sonho da Serra Gaúcha como o destino mais estruturado, desejado e sustentável do Brasil. Avante, G30!
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